quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

REFLEXÕES SOBRE O ESTÁGIO

O momento do estágio se configurou como um momento inteiramente reflexivo. A partir do estágio, percebi que é de fundamental importância que a prática do professor seja ação- reflexão-ação, pois quando há esse diálogo e essa reflexão sobre a prática, geralmente o processo de aprendizagem ocorre de forma eficaz.
Através do estágio percebemos que o planejamento é imprescindível, “essencial”, e que há todo momento estamos planejando, não existindo um planejamento fixo, engessado”, mas sim planos aptos e sujeitos à mudança.
Vários foram os dilemas enfrentados (indisciplinas, dificuldades de aprendizagem, etc) mas as poucos fomos modificando, inovando, percebendo o que surtia efeito e o que não fazia tanto efeito assim, compreendendo com isso que não existem receitas prontas, mas que a cada dia a sala de aula reserva alguma novidade, alguma surpresa e que temos que nos preparar, planejar, obter “cartas na manga”, pois a sala de aula, é um espaço variado, eclético e cheio de surpresas.
Segundo Miguel Zabalza (2003,p.6) “os dilemas não têm formas fixas de resposta. Por isso, dizia-se antes que as receitas não costumam valer. Não existem formas corretas de enfrentá-los. Cada situação é única e apresenta características particulares”.
Vários foram os dias em que nos encontramos em situações novas e desafiantes, buscando alternativas para combater os dilemas. As leituras, as discussões em sala de aula, as teorias de alguns autores (Skiner, Piaget, Paulo Freire), nos serviram de base e até mesmo de norte para nos fundamentar. Porém a prática requer muito mais do que teoria, requer uma reflexão –ação-reflexão, requer um diálogo entre a realidade de uma sala de aula e as teorias de educação que a fundamenta.
Portanto, o estágio é um momento reflexivo, prático (práxis), surpreendente e até mesmo marcante. Muitos daqueles alunos nos marcaram com jeito simples, humilde, carente e até mesmo agressivo, acreditando com isso, que muito de nossas ações, nossas práticas não foram neutra, mas que provocaram mudança, enriquecimento e lembranças.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

MINHA VIDA ESCOLAR

As crianças são sujeitos que aprendem á medida que partilham experiências , apropriando-se delas e construindo conhecimento num dado contexto sócio-histórico- político -cultural. Sendo assim, comecei a estudar aos quatro anos de idade, numa escolhinha particular bem simples chamada Ler e Saber. Nessa escolhinha eu brincava muito, fazia várias atividades de colagem, pintura, desenhos e no final do ano a professora organizou todas essas atividades construindo um portfólio,em que estavam todas as atividades por me desenvolvida, incluindo anotações de avanços.
Nessa escola, eles se baseavam na teoria de Rosseau, onde a criança era vista como um sujeito, construindo seu próprio conhecimento e os professores orientavam e mediavam oferecendo meios para que a aprendizagem acontecesse. As idéias de Rosseau sobre o homem, infância e conhecimento, possibilitaram construir os conceitos de jardim- de- infância, trabalho na escola, metodologia e, sobre a idéia de que toda educação deve partir da criança, do que ela é, fornecendo-lhe os meios para que construa seu próprio conhecimento.
A prática educativa fundamentava-se em algumas bases psicopedagógicas implícitas: como as crianças aprendem, que peso tem a influência da interação com outras pessoas no crescimento e no desenvolvimento pessoal. A base que sustentava as aprendizagens feitas pelas crianças dessa idade nessa escola era a relação efetiva que se tinham entre nós e a professora, e nesse caso, a relação professor-aluno era muito afetiva, onde eles aproveitavam todas as situações de interação que habitualmente se estabeleciam entre a criança e o adulto para motivá-la a atuar, assumir novos caminhos, a relacionar-se, a colocar as dúvidas e a buscar soluções. Portanto, é preciso que o educador contribua com contextos ricos e que sejam interessantes para que as crianças possam experimentar, manipular, observar, etc.
Nas séries iniciais do ensino fundamental ( 1ª a 4ª série), fui estudar numa escola pública em um turno e em outra particular no outro. A professora da escola particular era bastante severa, rígida, utilizava o método tradicional, inclusive a palmatória. Lembro que um dia ela fez um ditado de palavras e pediu que escrevêssemos a palavra relógio. Quando foi fazer a correção ela me disse que tinha escrito errado e que concertasse, enfim, rasurei a folha do caderno sem saber fazer a palavra e ela mandando apagar e fazer certo, ( só escrevia relogo). Neste momento eu estava no nível silábico-alfabético, já estava começando a me alfabetizar e ela não se dava conta disso. Nesse nível toma-se como ponto de partida o aspecto em que a escrita funciona como sistema de representação da linguagem oral das crianças. È o momento transitório da oralidade para a escrita. E é no âmbito da oralidade que os escritos das crianças, quer enquanto representação dos pedaços de sua fala, quer no contexto de vida para a interpretação, ganham significação por menores e mais fragmentado que sejam.
segundo Emília ferreiro (1982, p.184) " a criança constrói a linguagem escrita passando em seu desenvolvimento pelos mesmos estágios que a humanidade passou para chegar ao sistema alfabético de escrita". Além disso, ela propõe a superação metodológica, onde o desenho representado pela criança, já é um sinal de construção da escrita, ela inicia sua construção gráfica representativa. Assim, a criança de acordo com o seu processo de desenvolvimento vai adquirindo o conhecimento da escrita e aprendendo a sua aplicabilidade no social.
Eu estava tendo uma evolução naquele momento, começando a me alfabetizar , me desenvolvendo e adquirindo o conhecimento da escrita e a professora só sabia falar que eu estava errando. Nós educares temos que estar atento para isso, percebendo que toda criança tem seu nível de desenvolvimento, temos que observar se a criança estar avançando ou não, isso é fundamental para interferirmos e não e manda - lá apagar até escrever certo.
A avaliação utilizado por esta professora era a somativa tendo como meta principal atribuir notas , medindo o rendimento dos mesmos no final de cada unidade e classificando-os afim de detectar os que fracassaram, os que foram bem sucedidos e os que se viraram. Hoje em dia, a avaliação tem outra conotação, se bem que alguns professores ainda continuam utilizando a avaliação somativa. Mas o intuito da avaliação não é atribuição de notas, e sim um sistema de controle de qualidade pelo qual se pode determinar, a cada passo do processo ensino-aprendizagem, se o aluno está sendo eficaz ou não, e caso não esteja, que mudanças devem ser feitas a fim de assegurar sua eficácia antes que seja tarde demais.
Do 1ª ao 3º ano do ensino médio, comecei a me preparar para o vestibular, estudava muito, lia muitos livros, revistas, estava sempre estudando, pois tinha um objetivo que era passar no vestibular da UESB. No 3º ano, tive a oportunidade de conhecer um professor de inglês, que me incentivou a fazer o curso de pedagogia, ele me falava tão entusiasmado do curso que me interessei. Fiz o vestibular e passei.
Comecei a cursar Pedagogia e fui gostando cada dia mais, o contanto com algumas disciplinas como Psicologia, filosofia, Estrutura e func. da educação básica, Currículos e Programas, metodologia da alfabetização, etc, contribuíram muito para o meu crescimento pessoal, para minha vida profissional futura e também para a aquisição de conhecimento como estudante. Essas disciplinas, com as discussões em sala de aula me proporcionaram conhecimento. A cada leitura era um novo aprender, novos conhecimentos adquiridos, uma aprendizagem significativa, me despertando para a reflexão e critícidade.
Na minha concepção todas as profissões deveriam passar pelas discussões, pela formação que se tem no curso de Pedagogia, pois desperta o senso crítico, reflexivo e também o compromisso com a sociedade e com a prática educativa. A cada semestre que passava ia gostando do curso, chegando ao 7º semestre, tivemos contanto com a disciplina Práticas Pedagógicas em Ed. Infantil. Essa disciplina vem de certa forma nos "inserir" na prática docente, nos dar uma noção, afinal não são todos os alunos que já têm contato com a prática educativa.
No início da disciplina fizemos uma oficina com o tema "jogos e brincadeiras", em que pesquisamos os tipos de brincadeiras apropriadas para a idade de 4 e 5 anos, que potencialidade desenvolvem em cada uma delas, etc,que foi interessantíssima, muita rica, útil para a nossa prática.
Segundo Liublinskaia (1973), Pedagoga Russa, diz que "ao brincar a criança reflete a realidade e a transforma ativamente, inventando, atribuindo significados diferentes daqueles que os objetos possuem de fato, modificando o espaço físico e construindo ambientes para servir aos seus própositos, além disso, ela também adquire e desenvolve conhecimentos e habilidades".
Na regência, o momento em que assumimos a sala de aula, foi o momento de aprender, intervir, de agir. Foi um período muito importante, gratificante, rico, pois colocamos na prática algumas teorias e sentimos o dinamismo, o processo de uma sala de aula com suas variedades, crianças trazendo seus costumes, suas crenças, sua cultura. E com isso, percebemos o quanto o "meio" influência nas atitudes das crianças, no seu desenvolvimento e até na dinâmica da sala de aula.
Conforme Craidy e Kaercher (2001; p.28) " para Wallon, o desenvolvimento da inteligência depende das experiências oferecidas pelo meio e do grau de apropriação que o sujeito faz delas. Neste sentido, os aspectos físicos do espaço, as pessoas próximas, a linguagem, bem como os conhecimentos presentes na cultura contribuem efetivamente para formar o contexto de desenvolvimento".
Neste 8º semestre, estou aberta para novas descobertas, para busca de novos conhecimentos, espero contribuir para que a aprendizagem dos meus alunos aconteça de forma significativa, contribuindo para o enriquecimento deles enquanto pessoa, para a autonomia, para a críticidade e para que eles se percebam enquanto atores sociais, construtores da própria história. Espero não apenas transmitir conhecimentos, mas também aprender com eles, pois nessa relação educador-educando, um aprende com o outro. E é nesse propósito que vou para o estágio das séries iniciais, com o objetivo e o intuito de aprender e de exercer uma prática educativa cheia de desejo de mudança e de transformação sendo significativa para eles. sei que as nossas ações não vão ser vagas e desacreditadas, mas que vão provocar mudança, enriquecimento e lembranças, sendo útil para a vida deles enquanto seres em constante processo de desenvolvimento.
Paulo Freire nos relata que " um educador que alimenta sua ação com a necessidade de formar um determinado tipo de homem e de sociedade fará de sua profissão uma práxis política e consciente".
Assim quero terminar o meu estágio com a certeza de que adquirir conhecimento, de que não vou terminar o estágio sendo a mesma pessoa que começou e tendo a convicção de "dever" cumprido e a certeza de que muitas das nossas ações vão ser lembradas de uma forma carinhosa por aquelas crianças.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

CONSTRUÇÃO DO BLOG..


APRENDENDO A APRENDER